quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Indignação e Vergonha




"...esta ponte não tem de ter aquelas horrorosas rampas de acesso a pessoas com mobilidade reduzida."
É desta forma que, no artigo de opinião publicado pelo Diário de Aveiro no dia 24 de Fevereiro (ver imagens acima), um certo senhor se refere a como, na sua opinião, caso a construção se verifique nos actuais moldes, deveria ser a nova ponte sobre o Canal Central da Ria de Aveiro.
Senhor este que durante 8 anos presidiu ao executivo da Câmara Municipal de Aveiro e foi o defensor dos interesses de todos os Aveirenses, onde se englobam (supostamente) os de mobilidade reduzida (certo?).
Acrescenta ainda que "Há outras soluções para as pessoas com mobilidade reduzida" e "...se obstinarem na sua construção, cortem pelo menos as duas rampas" pois, assim (citando) "a ponte ganharia em leveza e perderia boa parte do seu impacto negativo".
Não ponho em causa a sua opinião contra a construção da referida ponte, pois, nesse tema, cada um é livre de ter a sua opinião e a minha não a vou sequer aqui referir pois o objectivo desta minha intervenção não é de todo a polémica em redor do assunto. O que não gostaria que passasse em branco são as palavras deste senhor que, em prol da estética, das aparências e da futilidade, publicamente afirma que há-de haver outras soluções para quem use cadeira de rodas (ou até mesmo carrinhos de bebé), entre elas se calhar deslocarem-se até à rotunda das Pontes e fazer novamente o trajecto em sentido contrário. Mas será que não era isto que já fazíamos? Não terá sido esta uma das razões por que se pensou em construir a ponte?
Apetece-me perguntar a este senhor se sabe o significado de "obras públicas" e de "dinheiros públicos". Se se vai gastar o dinheiro que é de todos, então TODOS teremos que ter igual acesso à obra feita. Embora que este senhor prefira que a ponte não se construa, custa-me ouvir que essa construção já seria mais aceitável se fosse só para transiuntes sem mobilidade reduzida, pois assim ficaria mais agradável à vista dos turistas. E os Aveirenses? ...

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